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Iluminuras e capa de livro desenhadas por monges Beneditinos. A iluminura da direita foi realizada no mosteiro em Lindsfarne, norte da Inglaterra. No centro, a capa de um livro.
02 de junho de 2015 - Inspirações KPMO

A arte e a técnica de fazer livros

Um dos primeiros registros escritos conhecidos pelo homem foi realizado em papiros, uma base composta por fibras vegetais, datado do século 27 a.C, encontrado na cidade de Tébas, antigo Egito. No século 3 a.C, em Pérgamo, antiga Grécia, surge um suporte para a escrita, produzido em pele de animais pequenos, conhecido como pergaminho.

Séculos mais tarde, os primeiros mosteiros Beneditinos construídos na Europa ocidental passaram a utilizar os pergaminhos como registro das manifestações artísticas voltadas para os monges, criando adornos, decorações, ilustrações e cópias de livros escritos em latim e ilustrados por iluminuras, que são pinturas decorativas aplicadas às letras capitulares.

Pela primeira vez no ocidente, os registros realizados em rolos de pergaminhos conhecidos como volumen, passaram a ser produzidos no interior desses mosteiros em folhas cortadas em páginas retangulares, conhecidos como códice.

Os códices revolucionaram a maneira como os monges passaram a glorificar a Divindade. Nos mosteiros, o scriptorium era um espaço em que se desenvolviam os ofícios dos monges copistas, dos ilustradores e dos rubricadores, monges dedicados à arte decorativa das capitulares.

As técnicas desenvolvidas por esses artífices definiram os rumos da história da arte e da técnica de confeccionar o livro. Os registros passaram a ser realizados em folhas planas, as linhas eram marcadas com ponta seca, os registros da escrita eram em pluma de ganso ou de águia, as cores das tintas eram o preto e o vermelho, além do ouro, da prata e de alguns minerais como o lápis-lazúli. Na confecção do livro, o registro passou a ser feito nas duas faces, as lâminas eram costuradas e envolvidas por capas de madeira.

Hoje os processos de industrialização e a evolução da história da técnica não impõe limites à arte de confeccionar um livro. A indústria gráfica disponibiliza variados tipos de papéis, de tintas e técnicas de impressão. Os acabamentos estimulam a criatividade de designers de livros que desenvolvem verdadeiras obras de arte impressas.

Um passeio por uma livraria nos proporciona uma viagem sensorial. Aproveite e estimule os seus sentidos, leia um bom livro e descubra um pouco da arte de fazer uma publicação impressa!

Em Holy Island (Lindsfarne) ao norte da Inglaterra, surgiu o mosteiro onde foi criada a arte e a técnica da confecção de livros planos por monges Beneditinos.

Marcello de Oliveira

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