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25 de agosto de 2020 - Inspirações KPMO, Livros

Aprendendo no processo de produção gráfica

Em 1495, a cidade de Veneza foi palco de uma grande revolução nas artes gráficas e especialmente na criação do livro com as características de impressão que vemos na atualidade. Nas oficinas da Aldine Imprensa, foi publicada a primeira de uma série clássica e famosa de obras-primas editadas na ocasião em latim, grego e outras obras modernas daquele período.

A casa Aldine é referência no universo dos livros por ter criado alguns conceitos que são comuns nos dias atuais, como o surgimento da tipografia, técnica de arranjar os tipos para tornar a linguagem escrita legível e atraente, selecionando as melhores fontes, os tamanhos dos corpos de letras adequados, o comprimento da linha, os espaçamentos entrelinhas, os de seguimentos e os de letras.

Hoje em dia isso que nos parece tão óbvio na construção de uma página de um livro, mas naquele momento foi revolucionário, pois com o surgimento da tipografia abriu-se a possibilidade da criação de novos estilos de fontes, novos arranjos e aparências das letras, números, símbolos e elementos decorativos, como ilustrações e, de modo mais contemporâneo, a fotografia.

Outra revolução tipográfica que observamos nesse período ocorreu a partir de 1500, com a introdução do tipo itálico, uma letra cursiva também conhecida como escrita comum, desenvolvida em parceria com Francesco Griffo. Naquela ocasião, utilizou-se o tipo itálico para replicar o estilo manuscrito como uma alternativa ao alfabeto latino tipográfico denominado como Roman, que por sua vez foi introduzido durante o Império Romano, na Roma Antiga. Os estilos romano e itálico, que durante o Renascimento eram usados separadamente, hoje são misturados e seguem as regras normativas quando se aplica a tipologia na posição vertical, em estilo itálico ou oblíquo.

A Aldine Imprensa também foi responsável por desenvolver o processo de impressão de livros conhecido como octavo (em oitavo), um termo técnico que se refere ao tamanho de folhas a partir das dobras de uma folha inteira de papel em que várias páginas de texto formam os cadernos de um livro. Um oitavo de folha, quando dobrado três vezes, forma um caderno de 8 folhas ou 16 páginas e que juntas constituem a brochura de um livro.

Repare que este processo de produção permitiu que os livros tivessem a tipologia mais fluida e de agradável leitura, formatos pequenos, de bolso ou portátil, livros mais leves, simplificação nos procedimentos e etapas de impressão e ampliação da escala de produção. A edição desses pequenos livros, conhecidos como menor editio, proporcionaram vantagens financeiras e logísticas a um público crescente e interessado na literatura clássica. O livro passou a circular com maior facilidade entre o público leitor e a viajar pelo mundo. Isso foi transformador!

O protagonista responsável por esse novo período da história do livro foi Aldus Manutius, nascido na Itália em meados do Século XV, foi um humanista entusiasta, editor, tipógrafo e fundou a casa editorial Aldine Imprensa, uma das mais importantes editoras dos Séculos XV e XVI. Aldus dedicou-se inteiramente a edição de obras clássicas da literatura grega, latina e romana. Em suas experimentações utilizava vários tipos de letras em edições multilíngues e a composição de diferentes textos dentro de uma página. Soube com maestria e espantosa precisão resolver essa concordância de estilos e realizou verdadeiras obras de arte tipográfica de altíssima qualidade estética e técnica.

Sem dúvida, a Aldine Imprensa é o ponto de partida para quem quer conhecer um pouco mais sobre a história do livro e entender como essas novas técnicas influenciam a atividade de um profissional dentro da produção gráfica.

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