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10 de julho de 2020 - Livros

Cartão-postal de São Paulo, Edifício Itália recebe novos locatários e ganha livro ilustrado

O icônico arranha-céu projetado pelo arquiteto Franz Heep tem cobertura com vista panorâmica para a cidade de São Paulo

Um dos arranha-céus mais importantes da cidade de São Paulo, o Edifício Circolo Italiano ganha novos locatários, devido ao aluguel do metro quadrado mais em conta em relação ao da Faria Lima, e o livro Edifício Itália, com fotos e textos inéditos, publicado pela Editora KPMO Cultura e Arte.

A ideia do novo livro ilustrado partiu da mudança do reconhecido escritório de arquitetura Pitá para o marco arquitetônico e, a partir daí, resolveram presentear os paulistanos com o resgate de todo o processo de consolidação urbana, aspectos da história social, legal e arquitetônica do Edifício Itália.

Nova sede dos arquitetos do Pitá no 16o andar: o Itália atrai ocupantes ex-Faria Lima Renato Navarro/Divulgação

A publicação parte da presença da comunidade italiana em São Paulo, em um texto assinado por Keila Prado Costa (FFLCH-USP e KPMO), passando pelos meandros do concurso que elegeu o projeto como vencedor, com detalhes inéditos revelados pela pesquisa de Anat Falbel.

O edifício, que fica em uma das esquinas mais conhecidas da cidade de São Paulo, a Avenida Ipiranga com a São Luís, é um projeto inovador e foi apresentado no contexto de um concurso para nova sede do Circolo Italiano, numa região onde outras construções contemporâneas transformaram as relações na cidade, como Galeria Metrópole, Galeria Zarvos e, claro, a Galeria do Edifício Itália.

A edição ilustrada proporcionará ao leitor uma viagem pela arquitetura paulista dos anos 60 e conta com orelha do Prof. Dr. Paulo Bruna (FAU-USP) e tem prefácio assinado pelo Prof. Dr. José Eduardo de Assis Lefèvre (FAU-USP). As narrativas são ilustradas por meio de mais de 190 fotografias, imagens, plantas de arquitetura e ilustrações, que revelam múltiplas belezas e gerações.

Além do escritório Pitá, dos arquitetos Nico Salto del Giorgio e Antonio Mantovani, a designer Melina Romano também está de mudança para o prédio, onde já funciona há anos o Tacoa Arquitetos. Com o atrativo do valor, que pode custar até um quarto do preço dos aluguéis na Faria Lima, a locação sai entre 20 e 30 reais o metro quadrado, enquanto o valor mínimo faria limer costuma ser de 80 reais.

Além da pechincha e do endereço icônico, outro atrativo é a estação de metrô praticamente em frente ao prédio, que possibilita uma locomoção mais rápida e ecologicamente menos poluente, frente aos engarrafamentos diários enfrentados pelos veículos particulares em São Paulo.

História do Edifício

Vizinho do Edifício Copan, no centro, o Itália surgiu graças a um concurso convocado pelo Circolo Italiano em 1954: além de faturar ao máximo com o terreno, onde havia um palacete, deveria virar carão-postal. Os vencedores foram o engenheiro Otto Meinberg e o arquiteto Franz Heep (que já tinha projetado ali perto o Hotel Jaraguá). Iniciada em 1956, sua construção sofreu diversos reveses econômicos e o prédio só ficou pronto em 1965. De uso comercial, tem a cobertura ocupada pelo Terraço Itália, restaurante e bar com vista panorâmica.

Na São Paulo que cresce para os lados, o prédio ilustra mudanças na legislação que inviabilizou arranha-céus na cidade (os dois maiores paulistanos foram aprovados há mais de sessenta anos, este e o Zarzur). No terreno de 2.382 m² do antigo palacete do Circolo, a prefeitura permitiu, em 1954, a torre com 52.000 m² de área construída, em 46 andares (pelas leis atuais, o Itália teria um quinto desse tamanho). Naquela época, a capital não tinha plano direto nem zoneamento, mas permitia marcos em esquinas de destaque. O que determinava a altura dos prédios era a largura da rua (quanto mais larga, mais alto poderia ser o prédio, sem fazer sombra ao vizinho da frente).

O engenheiro Otto Meinberg e o arquiteto Franz Heep reinterpretaram a regra: a altura do Itália seria calculada pela distância entre seu terreno e a Praça da República, diagonalmente (quase o dobro do tamanho da largura da Ipiranga). A dupla usou o mesmo expediente no primeiro prédio da Praça Roosevelt, o Icaraí — sem tirar o sol de ninguém. De muitos jeitos, o Itália contém aulas do passado ao futuro. (com dados da Veja SP)

 

Fonte: Comunita Italiana 

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