Sua Majestade, o Conteúdo! Dos livros às redes sociais
Por centenas de anos, a produção editorial e seus afazeres estiveram ligados estritamente às mídias impressas – ao livro, primordialmente, e às revistas de certo modo. Com o surgimento das mídias digitais e das redes sociais, novos produtos ganharam as prateleiras. As mudanças, demandas e oportunidades são muitas, mas hoje quero falar sobre as intersecções da produção editorial entre os universos dos livros e das redes sociais.
Conteúdo Editorial, Conteúdo Digital
Quando uma pessoa compra um livro, ela está, via de regra, interessada em seu conteúdo, isto é, no assunto que o texto aborda, nas imagens que a publicação apresenta, ou na história, de ficção ou não, que o autor vai contar. O trabalho da produção editorial nesse contexto é transformar um original em livro, um rascunho em produto final que será consumido. No caso das redes sociais, o processo é mais ou menos o mesmo. Quem acessa determinada plataforma online está, usualmente, em busca do conteúdo disponibilizado, seja por meio dos curtos textos ou por meio da narrativa da imagem. Logo, o conteúdo reina absoluto, independentemente do assunto, segmento ou suporte de veiculação.
No caso dos livros, sejam eles impressos ou e-books, os aspectos técnicos são cada vez mais relevantes e ganham destaque nos resultados finais entre os leitores, como a definição de um projeto gráfico adequado e uma boa edição de texto. Não há como ignorar a demanda do mundo atual por conteúdos mais rápidos e dinâmicos, até mesmo para as obras literárias. Como consequência direta disso, vemos no mercado um grande número de obras de poucas páginas ou com capítulos curtos, frases mais diretas e uma profusão de acontecimentos que se justapõem e se sobrepõem nas narrativas ficcionais e não ficcionais. Os projetos gráficos têm valorizado fontes maiores, espaços e cores que geram respiros às grandes manchas de texto. É claro que há exceções. Mas, independentemente do fôlego da publicação, a produção editorial deve estar atenta às demandas do seu público-alvo atual.
Do mesmo modo, quando falamos sobre as redes sociais, o nível de exigência em relação a conteúdos é constantemente crescente, especialmente para contas profissionais e/ou corporativas, seja aqui no LinkedIn, seja no Instagram, Facebook e outras. Com isso, do mesmo modo que a produção de um livro exige planejamento, pesquisa bibliográfica e iconográfica, entrevistas, produção gráfica, entre outros, para as redes sociais, dadas as particularidades, o rigor na preparação dessas etapas irá, certamente, resultar em conteúdos de maior relevância para seguidores e leitores em geral.
Produção Editorial – Livros e Redes Sociais
E é justamente no rigor que se encontra um dos pontos de intersecção da produção editorial de livros e de conteúdos para as redes sociais. Quanto mais rigorosa e criteriosa for a produção de conteúdo, com foco no público-alvo, com proposições relevantes e abordagens inovadoras sobre seus respectivos temas, maiores serão as possibilidades de estabelecer vínculos com o leitor.
Outro ponto comum entre esses dois suportes é a necessidade de buscar sempre surpreender o leitor. Do mesmo modo que um livro deve se destacar entre as estantes e prateleiras de uma livraria, um post ou artigo para as redes sociais deve se destacar entre o dedilhar de telas em feeds infinitos. Aqui o desafio dos conteúdos nas redes sociais pode ser ainda maior que o dos livros nas livrarias, pois enquanto nas livrarias e bibliotecas os livros se organizam por assunto e temos bancas e vitrines que destacam os exemplares mais vendidos e os lançamentos, nas redes sociais a segmentação é mais pulverizada e a função da banca e das vitrines se faz por métricas constituídas por cliques, curtidas, comentários e muito mais.
Nesse cenário de grande oferta de conteúdo, tanto no mundo dos livros quanto no das redes sociais, o que se pode afirmar, com total certeza, é que a qualidade nunca foi tão imprescindível para atingir o público-alvo.
Foto: Freepik Premium
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