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21 de julho de 2015 - Inspirações KPMO

La Chascona: a casa de Neruda em Santiago

Visitar a casa de um escritor é, de certo modo, adentrar em seu universo de criação. As casas revelam não só os vestígios da vida e das histórias particulares dos autores, mas também é o local onde se sentam para escrever, para compor enredos e para dar vida a personagens. O escritor chileno Pablo Neruda, vencedor do Prêmio Nobel de Literatura em 1971, possuía três casas em seu país: La Sebastina, em Valparaíso; Isla Negra, em Isla Negra; e La Chascona, em Santiago.

Em 2014, tive a oportunidade de visitar La Chascona – casa que começou a ser construída por Neruda em 1953. Inicialmente foram construídos um living e um dormitório para abrigar Matilde Urritia, e foi em homenagem a ela que o poeta deu à casa o nome de “la chascona”; em português: “a cabeluda”. Na época, Matilde e Neruda viviam um amor secreto, pois ele ainda era casado com Delia del Carril. Em 1955, depois de se separar da esposa, o escritor se muda para La Chascona.

Neruda tinha uma apreço especial pelos ambientes internos da casa. Cada cômodo foi composto com objetos precisos e preciosos para o escritor, deixando transparecer seus interesses e paixões, dentre eles o mar. Para Neruda, o mar lhe dava vitalidade. Tanto que ele mesmo se intitulava capitão e fez de sua residência uma espécie de navio particular, com passagens secretas e portas que levam de um local a outro, num jogo de aparecer e se esconder em pequenos espaços charmosos.

Pátio interno de La Chascona. Foto: George Franco.

Os últimos anos de vida de Pablo Neruda foram vividos em La Chascona, por isso, quando ele morreu em 1973, Matilde fez questão que o velório fosse realizado na casa onde haviam vivido juntos. O Chile tinha acabado de sofrer um golpe militar e a casa de Neruda havia sido depredada e estava completamente inundada. Conta-se que para o velório foi necessário colocar tábuas por onde o caixão pudesse passar. Matilde e alguns amigos passaram a noite velando o escritor na sala de estar completamente depredada.

Matilde continuou vivendo em La Chascona até 1985. Hoje a casa é um dos museus de Pablo Neruda no Chile, onde está seu acervo pessoal e um conjunto de obras de artistas e amigos do escritor. A casa também é a sede da Fundação Pablo Neruda e está aberta à visitação de terça a domingo, das 10 às 19 horas.

Keila Prado Costa

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